
Saiba reconhecer os sinais que podem apontar a depressão
24 de junho de 2025Vivemos em uma era de conexões instantâneas, redes sociais e excesso de informações. Nesse cenário, é cada vez mais comum se deparar com a chamada síndrome de FOMO, sigla em inglês para “Fear of Missing Out”, que pode ser traduzida como medo de estar perdendo algo.
Mas o que, de fato, caracteriza essa condição?
O que é FOMO?
FOMO não é um diagnóstico formal nos manuais psiquiátricos, mas é reconhecido como um padrão de comportamento e sofrimento psíquico marcado pela ansiedade de estar sempre perdendo algo importante — seja uma experiência, uma oportunidade, uma notícia ou uma interação social.
Esse medo constante pode levar a uma relação compulsiva com redes sociais, onde a pessoa se vê constantemente comparando sua vida à dos outros e buscando atualizações em tempo real para se manter “no controle”.
Sintomas mais comuns
A síndrome de FOMO pode se manifestar de diversas formas. Entre os principais sinais, destacam-se:
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Necessidade compulsiva de checar redes sociais ou mensagens;
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Dificuldade em desconectar ou relaxar;
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Sentimento constante de inadequação ou exclusão;
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Ansiedade ao ver eventos, viagens ou conquistas de outras pessoas;
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Queda na autoestima, relacionada à comparação constante com os outros;
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Comprometimento do sono e da concentração.
Com o tempo, esses sintomas podem afetar a saúde emocional, os relacionamentos e até o rendimento no trabalho ou nos estudos.
Por que isso acontece?
Do ponto de vista psíquico, o FOMO está relacionado a um sentimento de falta, de não pertencimento e à idealização do que o outro vive. É como se a vida dos outros fosse sempre mais interessante, mais completa, mais significativa. Essa sensação pode ativar angústias profundas ligadas à identidade, ao reconhecimento e à insegurança pessoal.
Além disso, em um mundo onde a exposição digital é constante, é fácil esquecer que o que vemos nas redes é apenas um recorte — muitas vezes editado — da realidade.
Como tratar
O acompanhamento psicológico é fundamental para compreender o que está por trás dessa necessidade de vigilância constante. Na psicoterapia, especialmente com orientação psicanalítica, é possível:
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Refletir sobre a origem dessas angústias;
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Identificar os padrões inconscientes que sustentam esse comportamento;
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Fortalecer a autoestima e a autonomia emocional;
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Desenvolver uma relação mais saudável com o tempo, com o outro e consigo mesmo.
Em muitos casos, pequenas mudanças no cotidiano também podem ajudar: estabelecer pausas digitais, reduzir notificações e cultivar momentos de presença e conexão real com as próprias experiências.